Homem de 48 anos morre após ser picado por aranha marrom em Pato Branco
A aranha marrom é extremamente venenosa, cujo veneno é capaz de necrosar a pele (Foto: Foto ilustrativa)
Na madrugada de quarta-feira (6), por volta das 2h, o pato-branquense Luciano Marchioro, 48 anos, veio a óbito após não resistir a uma infecção generalizada. A suspeita é que ele tenha sido picado por uma aranha marrom, que é extremamente venenosa, cujo veneno é capaz de necrosar a pele.
Na tarde de terça-feira (5), ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Policlínica de Pato Branco, após ser encaminhado pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.
Marchioro procurou a UPA com a queixa de dor de garganta. No entanto, estava com a pressão bem mais baixa do que o normal, o que, de imediato, já deixou em alerta os atendentes do local.
De acordo com a médica que estava de plantão no momento e que o atendeu, Ana Cristina Bandeira Moraes, quando deu entrada Marchioro chegou em uma situação clínica boa, o único sinal que apresentava era da pressão baixa. “O resto estava tudo aparentemente normal. Ele comentou dor de garganta, mas não tinha nada nela”, conta a médica.
Segundo ela, a esposa do paciente foi quem comentou, durante a consulta, que o marido estava com uma ferida na perna. “Tinha uma lesão na perna que poderia ser sugestiva de aranha loxosceles, conhecida como aranha marrom. Porém também foi verificado um processo infeccioso junto com a lesão, que estava disseminado pela perna, à nível subcutâneo”.
Por suspeita de infecção, o paciente foi encaminhado para exames, que apresentaram resultados alterados. “Ele estava apresentando sinais de infecção generalizada, como hipotensão [pressão baixa], taquicardia [aumento da frequência cardíaca] e alterações nos exames de sangue e urina”, relembra Ana contando que, “a suspeita de ser picada de aranha ficou mais evidente depois que veio os exames”.
Atendimento na UPA
A médica contou ainda que o paciente foi atendido na hora em que chegou no local, pois estava com a pressão baixa e como ela estava atendendo na emergência o atendimento foi feito logo que ele chegou. “Foi atendido rapidamente e passado para internação e observação para fazer os exames”. Ainda de manhã o paciente foi encaminhando para o internamento na Policlínica.
Infecção generalizada
Segundo a médica, tanto a dor na garganta quanto a picada de aranha podem ter causado a infecção generalizada, porém são somente hipóteses. “Ele foi encaminhado para o hospital com a suspeita de sepses, que é infecção generalizada — infecção em um local do corpo, mas que se dissemina pelo sangue e atinge o organismo inteiro”.
Após diagnosticado com infecção generalizada Marchioro foi levado de ambulância ao Hospital Policlínica. Segundo a médica o paciente estava bem e saiu conversando normalmente, da mesma forma de quando chegou, que estava consciente, orientado e sem febre.
Notificação
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Pato Branco, Francieli Palavicini, até o momento dessa reportagem, não havia chegado até o setor nenhuma notificação de suspeita de picada de aranha, tanto da UPA quanto da Policlínica.
A médica da UPA explicou que a notificação foi feita após o atendimento ao paciente. “Na hora ainda não tínhamos certeza, porém não teria interferido no atendimento, pois ele já havia passado do tempo de soro, que são 72 horas, pois a picada havia ocorrida há quatro dias”, contou.
Na UPA a notificação é um processo administrativo e é feito sempre em suspeitas de inseto. “Esse tipo de picada de aranha é bem comum. O que não é comum é vermos um processo infeccioso associado a isso, gerando risco de vida ao paciente”.
Fonte: https://www.diariodosudoeste.com.br/