Perícia descarta que mulher acusada de matar grávida tenha transtornos psiquiátricos

A mulher que confessou ter assassinado uma
grávida para roubar o bebê em Canelinha, na
Grande Florianópolis, teve a sanidade mental
atestada pelo Instituto Geral de Perícias (IGP-SC)
e poderá ir ajulgamento normalmente. O laudo,
solicitado pela defesa da acusada, foi anexado ao processo nesta segunda-feira (30). A acusada, de 26 anos, continua presa.

A conclusão dos exames afirmam que a re “nao possui qualquer transtorno psiquiátrico, doença
mental, perturbação da saúde mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado.
Tampouco apresentou alguma dessas condições
antes, à época ou após as práticas delituosas em apuração.”

O advogado que atua na defesa da ré, Rodrigo Goulart, informou que vai solicitar um exame de sanidade mental particular para a cliente, “apenas para tirar uma contra-prova”. 

Enquanto isso, o processo segue o fluxo normal, com a citação dos réus para resposta inicial à denúncia apresentada pelo Ministério Público. Na ação penal, que já foi recebida pelo Judiciário, o MPSC requer que os denunciados sejam submetidos ao julgamento do Tribunal do Júri da comarca de Tijucas. 

O nome da mulher presa não foi divulgado por causa da Lei de Abuso de Autoridade.

Trasferência de presídio 

A defesa da ré também pediu à Justiça a transferência de presídio após ameaças que estariam ocorrendo contra a detenta, que aguarda julgamento pelo crime. Até o momento, não houve transferência, segundo Rodrigo Goulart. Ela segue presa em Tijucas, cidade vizinha ao município onde morava e cometeu o crime.

Relembre o caso

Flavia Godinho Mafra estava grávida de 36 semanas e desapareceu no dia 27 de agosto, depois de sair de casa de carona para um chá de bebê surpresa. Ela foi encontrada morta no dia seguinte (28) em uma cerâmica de Canelinha, na Grande Florianópolis, com o ventre aberto e sem o bebê.

Duas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento com o crime. Segundo a Polícia Civil, uma delas era amiga da vítima, que teria atingido a cabeça da gestante com um tijolo e cortado a barriga dela para retirar o bebê, e a outra era o companheiro da acusada do assassinato.

Após o crime, a mulher teria ido ao hospital de Canelinha e apresentado a criança como filha. Ela alegou ter tido um parto espontâneo com a ajuda de terceiros. A equipe médica, no entanto, constatou que não havia indícios de parto recente na paciente e encaminhou a criança ao Hospital Infantil de Florianópolis, pelo fato de que ela apresentava cortes pelo corpo.

Os suspeitos foram levados à Delegacia de Polícia Civil de Tijucas, onde a mulher contou ter planejado o crime por pelo menos dois meses, quando decidiu que encontraria uma criança para substituir a que havia perdido em janeiro, em um aborto. O marido disse não ter conhecimento sobre os fatos, e chegou a ficar detido até o início de outubro, quando teve a prisão revogada pela Justiça. O bebê sobreviveu e ficou sob os cuidados da família.

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